Quando decidi que o nome do projeto seria Além das Lentes em 2015, a primeira coisa que fiz foi pesquisar sobre o domínio - ninguém havia comprado ainda e todas as relações com as lentes eram sobre óculos, tinha que ser esse. Atualmente quando vou pesquisar "além das lentes", um outro projeto criou com o mesmo nome uma série documental e um perfil pessoal também utilizando, nessas pesquisas surgiu a dúvida - será que fazem esses estudos quando vão criar algo novo? Aprofundando mais: em uma conversa com uma amiga em São Paulo, ela comentou sobre um projeto que uma amiga dela atuava no Espirito Santo e fui pesquisar - além do nome ser relacionado à várias entidades religiosas, encontrei dois projetos com o mesmo nome e a logo similar - quem faz as identidades dos projetos?
Fiz algumas pesquisas sobre o assunto e cheguei a conclusão que é muito importante pesar os custos e então contratar um profissional para ajudar. Convidei o Vicco Ortiz para explicar qual é a importância do profissional para a criação visual, ele é designer gráfico para negócios sociais e foi ele que criou o material da marca Vista Livre e do Projeto Gesto:
Vamos usar como exemplo o serviço de criação da logo e para isso uma analogia:
Imagine que sua marca é você e seu logo é seu corte de cabelo. A aparência de nosso cabelo interfere diretamente com a imagem que possuímos e que possuem a nosso respeito - podemos expressar nossa cultura, nossos objetivos e ideais. Além de reforçar uma identidade, é notável a diferença de trabalho entre um profissional e um amador, seja ele hairdesigner ou um designer gráfico. Quando trata-se de design é necessário fazer uma pesquisa aprofundada antes mesmo de apresentar as primeiras opções - mesmo que você não seja um profissional da área, mas deseja criar seu próprio logo é importante se ater as seguintes questões, seguindo esses princípios extremamente básicos é possível evitar transtornos e atingir seus objetivos de forma mais segura:
1 - O nome que escolhi, já existe?2 - Existe um registro sobre ele? Caso não, eu desejo registrar?3 - Tanto o nome quanto o logo, são de fácil identificação?4 - Será que eu tomei as devidas precauções para evitar erros de ortografia, bem como equívocos de representação gráfica que podem gerar problemas sérios aos responsáveis?
Plágio é mais presente do que imaginamos: as questões que envolvem o ato do plágio, tanto para quem comete, quanto para quem sofre são complexas e flutuam dentre os âmbitos criminais e éticos. O importante é estar ciente que se você trilha uma carreira criativa, em algum momento esse dilema apresentará na sua frente de alguma forma, então estimule bons valores. Há duas formas de plágio, o primeiro acontece quando a(o) profissional realiza uma pesquisa de referências muito rasa, não vasculhando possíveis ideias já existentes e por descuido ou má intensão deixa-se levar pelo clichê e até o próprio plágio, usando de ideais que cada vez mais tornam-se repetitivas e não transformador. O segundo é mais complicado e acontece quando grupos financeiramente mais fortes apropriam-se de ideias, marcas e conceitos, calculando os riscos e inclusive os possíveis gastos com processos e afins - sabendo que independente do resultado, seria mais lucrativamente positivo optar pelo plágio.
Processo Criativo: Quando trata-se de criatividade, gosto de pensar em duas linhas: uma mais metódica e outra mais despojada, sendo que nem sempre sigo a respectiva ordem, mas no geral funciona assim:
Existe uma série de perguntas que podem ser feitas a fim de aproximar no melhor resultado, essa série denomina-se briefing. Particularmente gosto de estabelecer uma conversa antes da aplicação do briefing para facilitar minha compreensão sobre o perfil do serviço e os prováveis desafios - desde preferência por cores, texturas, formas até pontos emocionais e racionais que direcionam minha criação até a expectativa do cliente, tudo isso de alguma forma estará implícito nas perguntas e dinâmicas estabelecidas com o cliente. Após a etapa das conversas e revisão do briefing, gosto de assimilar todas informações com algum tipo de imersão no assunto base do projeto: assistir vídeos relacionados, escutar músicas que remetam ao ambiente representado por ele - todos os tipos de memórias e estímulos podem ser positivo ao processo criativo, então como minha sugestão: procure colocar-se e conhecer bem a posição do seu cliente e/ou nicho que o mesmo habita, visite lugares semelhantes, busque informações autênticas e não genéricas, isso reduz em muito o risco do clichê.
Fotografia: @marcelamattiPara conhecer mais o trabalho do Vicco, basta acessar o IG dele: Victor Paulo Ortiz.